Este é um livro sobre prazer e dor. Mais especificamente, sobre como nos relacionamos com o prazer e evitamos a dor física, emocional e sobretudo espiritual. É, também, um livro sobre pornografia e espiritualidade; sobre fé e ciência, mais especificamente, sobre neurociência. Em suas palavras, o autor diz:Não usarei de charlatanismo religioso para lhe contar mentiras de como vencer a pornografia, mas contarei histórias verdadeiras que nos possibilitem falar sobre o tema sem produzir ainda mais vítimas.O autor compartilha, então, as mais recentes descobertas científicas, analisadas criticamente; verdades bíblicas libertadoras e, por fim, sua própria batalha pessoal contra pornografia, assim como a de inúmeras pessoas entrevistadas. O livro é, portanto, uma tentativa decriar um ambiente saudável para uma discussão cristã dentro das Igrejas espalhadas pelo Brasil.Resultado de anos de pesquisa conduzida pelo o autor, o livro reúne informações sobre o consumo de pornografia entre cristãos e sua periodicidade de consumo; status de relacionamento, tempo de conversão e a participação em Ministérios eclesiásticos dos usuários; e, por fim, as preferências pornôs dos cristãos, sejam eles solteiros, namorando, noivos ou casados.Este livro ainda reúne relatos, depoimentos e entrevistas de pessoas reais que contam como imergiram no submundo da pornografia, as razões aparentes, as dores e dificuldades de largar o consumo e, por fim, da dificuldade de abordar esse assunto em suas Igrejas. Além disso, o livro traz entrevista com mulheres criadoras de conteúdo pornô, que falam acerca de sua percepção dos usuários, seu faturamento mensal e as razões pelas quais ingressaram no universo adulto.Em Religiosidade Pornográfica, Dr. Raphael Sousa, advogado, mestre e teólogo (i) desmistifica a narrativa falaciosa e estigmatizante devícioem pornografia; (ii) demonstra como o hábito de dizer a verdade pode trazer cura mental e espiritual; e (iii) as razões pelas quais pessoas decidem consumir pornografia.O autor ainda aborda questões complexas, como por exemplo: a inter-relação entre abusos, traumas na infância, estresse, angústia e decepções, como o uso de pornografia; a comoditização do evangelho e como a disseminação da culpa tem tornado cativo os cristãos. Em suas palavras,a Igreja se transformou num museu para santos, em vez de hospital para pecadores .Por fim, por mais paradoxal que possa parecer, o livro demonstra como a sociedade do cansaço, focada em ser ultra produtiva, conectada e feliz, tem sido cada vez mais infeliz, triste e desconectada da realidade de si, do Outro e do mundo. O excesso de prazer tem nos deixado infelizes e dependentes de algo que preencha nosso vazio existencial. Então, nas palavras do autor,olhamos para a substância que nos entorpece a alma e gritamos:preencha todos os meus buracos, me letargie a alma, os sentidos, pensamentos e me tire dessa infeliz realidade que é a vida , é o grito desesperado que ecoa de um pecador que não encontrou o amor de Deus e o propósito da vida. Enquanto uns buscam na pornografia, outros buscam na vaidade, no desejo de autoafirmação, sucesso profissional, redes sociais, as plataformas de streaming, os remédios tarja preta, os ansiolíticos, o álcool, toda sorte de entretenimento, as drogas ilícitas, o consumismo, comida, videogame, enfim, a lista é tão infindável quanto nosso vazio. Como responder a esse caos? Como alterar o mórbido silêncio das Igrejas? Ao que tudo indica, a Igreja ainda não conseguiu entender a dor existencial dos pecadores.